sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Osga-caseira-tropical

A Osga-caseira-tropical, uma espécie originária da África Sub-Sariana que naturalmente ou graças a mão humana têm vindo a expandir a sua distribuição e actualmente pode ser encontrada no continente americano, nas Caraíbas e em várias ilhas oceânicas. O primeiro registo para a Madeira data de 2001, na zona da Achada, Funchal. Pode ser facilmente distinguida das osgas do género Tarentola pela presença de garras em todos os dedos. Este exemplar foi encontrado no centro do Funchal

Osga-comum


Esta é a Osga-comum. A espécie encontra-se distribuída por toda a bacia do Mediterrâneo e apresenta uma distribuição continua em todo o nosso território nacional. Terá sido introduzida a cerca de 15 anos na ilha da Madeira e mais recentemente terá conseguido chegar a ilha de Porto Santo. Ocupa essencialmente superfícies verticais tais como muros, locais pedregosos e troncos de árvores. Associa-se também a ambientes humanizados, ocorrendo frequentemente em locais com iluminação artificial. É crença comum que este animal é venenoso, mas tal não passa de um mito.

Osgas na Madeira - Proposta de projecto no contexto do ano internacional para a biodiversidade

Descrição e objectivos:

Este é um projecto de investigação científica e de divulgação da biodiversidade, que visa tomar partido da rede de Eco-escolas existente na Região Autónoma para mapear a distribuição de duas espécies de répteis recentemente introduzidas nas ilhas da Madeira e Porto Santo. O projecto enquadra-se no ano internacional da biodiversidade e constitui uma forma simples e dinâmica de introduzir os alunos nesta temática.
Os dados gerados pelo projecto irão contribuir para um aumento do conhecimento relativo das duas espécies em questão e constituirão uma ferramenta importante para o delineamento de políticas de conservação da natureza.

Introdução:

Uma das características das Ilhas Oceânicas, como a Madeira e Porto Santo é a presença de um baixo número de espécies animais vertebradas. Isto acontece porque para que os seres vivos cheguem a estas ilhas, têm de transpor enormes distâncias sobre o mar. As aves e os morcegos, graças à sua capacidade de vôo, estão entre os grupos de vertebrados mais bem adaptados para colonizar estas ilhas remotas e podemos encontrar no nosso arquipélago várias espécies destes grupos. Os répteis por sua vez apenas conseguem transpor distâncias oceânicas de forma passiva, ou seja “apanhando boleia”, tanto de forma natural (e. g. troncos arrastados para o mar por uma tempestade e transportados pela corrente marinha) ou de forma antropogénica, em que os animais são transportados propositada ou impropositadamente pelo homem.
Para as ilhas da Madeira e Porto Santo estão actualmente conhecidas 3 espécies de répteis terrestres. A mais conhecida destas é a Lagartixa-da-Madeira (Teira dugesii), o único réptil nativo do arquipélago, que pode ser encontrado em todas as ilhas do mesmo e que é bem conhecida de todos os madeirenses. As outras duas espécies presentes no arquipélago são a Osga-comum (Tarentola mauritanica) e a Osga-caseira-tropical (Hemidactylus mabouia), duas introduções relativamente recentes e que ainda permanecem desconhecidas para maior parte dos madeirenses.
A primeira destas espécies, a Osga-comum, foi descrita para a ilha da Madeira pela primeira vez em 1993, quando se observou uma pequena população destes animais na zona do Garajau. Desde então, a sua área de distribuição têm vindo a aumentar e a espécie já ocupa grandes áreas do Caniço e do Funchal, tendo mesmo chegado a ilha do Porto Santo no ano transacto. A Osga-caseira-tropical trata-se de uma introdução mais recente, sendo que os primeiros indivíduos foram encontrados no ano 2000, no centro do Funchal. O conhecimento sobre estás duas espécies ainda é muito limitado e muito pouco é conhecido relativamente à sua distribuição e tamanho populacional no arquipélago. Embora não se tratem de espécies perigosas para os seres humanos, estas introduções podem ter consequências nefastas para os nossos ecossistemas ao alterarem o equilíbrio natural das ilhas.

Metodologia:

A participação no projecto é muito simples. Os professores interessados apenas têm que introduzir o projecto aos seus alunos e interrogar se estes tinham conhecimento da existência de osgas na região. Caso algo aluno manifeste conhecer a existência das mesmas na sua área de residência, deverá ser pedido para que as tente fotografar e para que preencha uma pequena ficha de registo, que deverá ser enviada para o e-mail osgasnamadeira@gmail.com . Essa informação será posteriormente processada e o registo será publicado no blog http://osgasnamadeira.blogspot.com/ . No final de um ano lectivo será realizado um pequeno relatório que será enviado a todas as escolhas participantes.

Como distinguir as duas espécies de osgas?

A distinção entre as duas espécies pode ser facilmente realizada olhando para o número de garras presentes nos membros anteriores e posteriores dos animais. A osga-tropical-caseira apresenta garras em todos os dedos, ao passo que a osga-comum apenas apresenta garras no segundo e terceiro dedos de cada membro.